Portugal lidera na Europa e Turquia a nível global do ranking na subida do crédito ao consumo

Publicado 20 Dezembro 2022

Em termos globais as instituições concedentes de crédito a consumidores representados através da Eurofinas concederam novos empréstimos no valor de 249 mil milhões de euros no primeiro semestre de 2022, o que traduz um crescimento de 13,7% em comparação com o mesmo período em 2021.

Portugal foi o país europeu que liderou na evolução do crédito ao consumo nos primeiros seis meses do ano, comparando ao mesmo período de 2021, de acordo com dados da Eurofinas, a Federação Europeia das Associações de Crédito ao Consumo, que integra também as associações da Turquia e de Marrocos.

Segundo a mesma fonte, o crédito a consumidores no nosso país aumentou 29,63% no primeiro semestre de 2022 em comparação com o mesmo período do ano passado.

Se Portugal liderou em termos europeus, o primeiro lugar do ranking da Eurofinas é ocupado pela Turquia, que verificou uma evolução de 116,98%, suportado por uma forte subida do segmento do crédito pessoal (incluindo crédito afeto a uma finalidade específica, o crédito revolving e o crédito sem finalidade específica).

Os dados referentes a Portugal refletem apenas a produção dos Associados que contribuem para as estatísticas da ASFAC (Associação de Instituições de Crédito Especializado), ressalva a associação.

No ranking da Eurofinas, Espanha e Reino Unido surgem com uma evolução homóloga de 25,16% e 26,6%, respetivamente, e são os países que se seguem a Portugal.  Os piores resultados ocorreram na Suécia, com uma redução homóloga de -56,81% (queda do crédito ao consumo).

A evolução média geral, no âmbito dos países representados na Eurofinas foi de 18,83% (cerca de metade da evolução nacional).

Duarte Gomes Pereira, secretário-geral da ASFAC, classifica estes resultados, que são acompanhados de uma baixa taxa de incumprimento, “como positivos” e diz que são “um reflexo do empenho e bom trabalho dos Associados da ASFAC”, mas salienta que “temos de ver que esta evolução compara com um período particularmente crítico e de baixa produção, como foi o primeiro semestre de 2021, pelo que não se pode considerar que o crédito concedido já está normalizado para valores pré pandemia”.

Associados da Eurofinas concederam 249 mil milhões de crédito ao consumo, mais 14% que um ano antes

Em termos globais as instituições concedentes de crédito a consumidores representados através da Eurofinas concederam novos empréstimos no valor de 249 mil milhões de euros no primeiro semestre de 2022, um crescimento de 13,7% em comparação com o mesmo período em 2021.

As subidas mais expressivas verificaram-se na concessão de créditos pessoais (crédito para financiar a compra de bens; revolving, incluindo cartões de crédito – tendo havido uma quebra nesta categoria em particular – ; crédito consolidado e crédito sem finalidade específica), liderado pela Turquia (que mais que triplicou a produção, com 357,23%), seguida de Portugal (com uma subida de 38,36%), República Checa e Reino Unido.

No que respeita à concessão de crédito automóvel, além da Turquia, também o Reino Unido teve uma evolução superior a Portugal, tendo atingido uma evolução de 15,9% (que comparam com os 17,86% e 29,84% do Reino Unido e Turquia, respetivamente).

“De referir que a média da evolução dos créditos pessoais na Eurofinas se fixou nos 23,53% e do automóvel em 8,33%, estando os associados da ASFAC bastante acima de uma e outra mediana”, lê-se no comunicado.

Entre as diversas categorias de crédito aos consumidores, o automóvel foi aquele onde se verificou, no primeiro semestre de 2022, um nível de crescimento inferior, em comparação com o crédito ao pessoal, aumentando 10,9%, ainda segundo o mesmo estudo.

O crédito para automóveis novos, na Europa, reduziu -4,1% face ao primeiro semestre de 2021, enquanto o crédito a veículos usados cresceu 18,6%.

Ainda na produção de crédito ao consumo por categorias, o crédito revolving (sem considerar cartões de crédito) e o crédito pessoal foram ambos dominados por Portugal na evolução individual de cada uma das categorias, avança a análise.

Em sentido inverso, no que respeita no crédito ao consumo contratado no ponto de venda – crédito lar (eletrodomésticos, mobiliário) para aquisição de bens –, segundo o mesmo estudo, verificou-se uma redução homóloga no primeiro semestre de 2022 face ao mesmo período de 2021 de 4,05% e de 54,07% de redução de crédito no ponto de venda, para outros bens e para serviços.  Nesta categoria, apenas se verificaram descidas em Portugal, na Suécia, e na Alemanha. Como indicado, também as operações com cartões de crédito em Portugal foram inferiores face ao 1º semestre de 2021.

Duarte Gomes Pereira acrescenta em comunicado que “esta redução tem especial impacto pois reflete que há uma redução do consumo, e consequentemente das vendas dos comerciantes, e face ao horizonte dos impactos que possam ocorrer nas Micro e PME, devendo ser impulsionado o comércio e o consumo, acautelando que esse consumo não interfira negativamente na inflação, pois na verdade a quebra do consumo é uma consequência da inflação, resultado da redução do poder de compra”.



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